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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Quarto de despejo - Carolina Maria de Jesus

Imagens captadas na Net

A pouco tempo atrás me vi diante de uma pergunta: 
Qual foi o livro que marcou sua vida?
Respondi: João e Maria, Irmãos Grimm.


O conto é interessante, profundo, mas, foi o cenário da vida real o que realmente marcou a minha vida!
 O dia estava nublado, fazia frio, mês de Julho, e eu estava na companhia de minha mãe.
Depois do meu pedido atendido por ela, voltamos para casa, deitei-me sobre a cama, e comecei a ler o livro enquanto saboreava os bolinhos de chuva que a minha mãe havia preparado.

Quarto de despejo




Cresci ouvindo meu pai sempre falar com orgulho a respeito deste livro e de sua autora...
 Um livro escrito por uma mulher negra, sem muito atrativo físico, semi analfabeta e pobre, muito pobre.
Uma favelada.
Cujo nome era Carolina Maria de Jesus.
Nascida em 1914, em Sacramento, Minas Gerais, vindo a morrer  em 1977, em São Paulo.
Foi sepultada no cemitério da Vila Cipó, 40 km do centro de São Paulo. 


Não digam que fui rebotalho,
que vivi à margem da vida.
Digam que eu procurava trabalho,
mas fui sempre preterida.
Digam ao povo brasileiro
que meu sonho era ser escritora,
mas eu não tinha dinheiro
para pagar uma editora.

O livro Quarto de despejo foi lançado  em 1960 e vendeu mais de 80 mil exemplares no Brasil, sendo traduzido em mais de 20 idiomas.
Seguido por Casa de Alvenaria.
Desde os 17 anos, ela escrevia no seu diário.
Na época que o repórter Adáulio Dantas a descobriu na Favela do Canindé
Carolina Maria era catadora de papel e tinha três filhos.




No livro, ela relata as mazelas que enfrentava no dia a dia e a visão hipócrita e preconceituosa da sociedade frente aos excluídos.
Carolina ficou muita famosa na época, mas, foi   esquecida posteriormente bem como sua obra.


Clarice Lispector (à esquerda) e Carolina Maria 
(à direita) durante o lançamento do livro 
Quarto de despejo

O ADEUS DE CAROLINA MARIA DE JESUS


Morreu sozinha, pobre e amarga.
 As duas únicas autoridades que compareceram ao seu funeral foram o prefeito de Embu Guaçu e o repórter que a descobriu.
 Sua literatura foi redescoberta em 1990, graças ao empenho do pesquisador brasileiro José Carlos Sebe Bom Meihy e o norte-americano Roberto Levine.
Juntos, publicaram o livro Cinderela Negra, a saga de Carolina Maria de Jesus (editora UFRJ).
Child of the Dark é utilizado nas escolas, diferente do que ocorre em sua terra natal.

FRASES DE CAROLINA MARIA DE JESUS

"O assassino de Kennedy é descendente de Herodes e neto de Caim. Kennedy era o sol dos Estados Unidos. O sol que se apagou. 
Um homem que era digno de viver séculos e séculos."

"A favela é o depósito dos incultos que não sabem contar nem o dinheiro da esmola."

"Quem não tem amigo mas tem um livro tem uma estrada.”

"Eu sou negra, a fome é amarela e dói muito." 

Photo by Nadja P.

A simplicidade é encantadora! - sempre digo.
Cliquei esse lindo bouquet de rosas, sabem aonde?
No caixa de uma padaria.

"Um dia tudo será excelente, eis a nossa esperança; hoje tudo corre pelo melhor, eis a nossa ilusão." 

Voltaire

14 comentários:

  1. Bonito post, Nadja! Não conhecia a autora, o livro a que referiu... Procurarei saber mais...
    Bonitas rosas!!!
    Uma boa tarde... Beijos

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    1. Obrigada Anete!
      Foi um dos primeiros livros que li na adolescência a pedido do meu pai.
      Sem dúvida, belas rosas!

      Lindo finde!

      Bjksss

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  2. Nadja...não conhecia esta escritora e é sempre bom sabermos um pouco mais sobre a vida e obra!
    Infelizmente não é a única a partir sem ter verdadeiro mérito reconhecido!
    Por isso...é bom que haja quem se lembre deles!!!
    Bj amigo

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    1. Oi Graça!

      Sim, com certeza!
      Verdade...
      Por isso muitos desistem de ingressar no caminho das artes, pois é deveras ingrato.
      Mesmo assim existem os leias, aqueles que jamais esquecem.

      Lindo finde!

      Bjksss

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  3. Oi, Nadja parabéns pelo poster, me emocionei com a história de Carolina Maria de Jesus. Eu não conhecia
    por isso que gosto de vim aqui, vc tem sempre algo bom, bonito e verdadeiro para mostrar. Bjs

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    1. Oi Nal!

      Obrigada!
      Realmente é emocionante, mas seu livro é mais ainda, viu?
      Fique à vontade!
      Aprendemos uns com os outros, amiga.
      Esse é o objetivo do meu espaço, levar beleza e esperança aos leitores!
      Parabéns pela netinha!
      Que ela seja abençoada por Deus!

      Lindo finde!

      Bjksss

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  4. Que lindo exemplo,apesar da simplicidade e dificuldade conseguiu traduzir sua realidade em palavras bem colocadas.Existem muitas Carolinas que com certeza não são valorizadas.
    Maravilhoso buquê de rosas.
    Beijos,boa tarde amiga.

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    1. Oi Maria!

      Verdade!
      Existem muitas Carolinas por aí...
      Pessoas que não são valorizadas por conta de sua condição social ou cor.
      Que maldade, não é?
      Eu gostei também!
      Lindas flores, não é?

      Lindo finde!

      Bjksss

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  5. Minha querida, boa tarde!
    Arrasastes com esse post,heim?! Lindíssimas palavras,imagens e mensagens. .. Quero ler o livro também! São momentos como esses que realmente valem a pena. .. Adorei!
    Um dia muito lindo e feliz para vocês, beijinhos, Katia.

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    1. Oi Katia!

      Obrigada! Fico feliz que tenha gostado!
      Leia, vai gostar.
      Desejo o mesmo a você!

      Um finde muito lindo e feliz!

      Bjksss

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  6. Que legal,Nádia! Gostei muito de ver teu post sobre ela, que faz tempo nada lia! Muito bom e as rodas,DEZ! bjs, chica

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    1. Oi Chica!

      Obrigada!
      O gostoso é dividir e receber.

      Lindo finde!

      Bjksss

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  7. Que triste! E pesar que esta ainda é a realidade brasileira, tantos talentos desperdiçados, sem incentivo, sem uma chance e o preconceito que insiste em permanecer nas pessoas. Triste mesmo! Bjinho!

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    1. Oi Tiane!

      Pois é, menina!
      Infelizmente essa realidade continua em nosso país...
      Talentos desperdiçados, pessoas desprezadas.
      Por conta do preconceito!
      Triste, muito triste.

      Lindo finde!

      Bjksss

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"Abra teu coração ou eu arrombo a janela"

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Chico Buarque